quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Saiba o que fazer para que seu cão aceite um novo filhote em casa

Quando o primogênito se sente ameaçado a perder o trono para um novo filhote que chega à casa, o clima pode  esquentar! Saiba o que fazer para que ele aceite o recém-chegado.
Um filhote chega ao lar e o dono, feliz da vida e com a melhor das intenções, acha que apresentar os novos amigos será uma tarefa fácil e que o peludo mais velho ficará muito felizem ter um companheiro. Mas, nem sempre a adaptação é simples, e o que deveria ser festa pode causar brigas, ciúmes, doenças e muito estresse para você e os cães. “Antes de optar por trazer um novo filhote para casa, avalie o temperamento de seu próprio cão. Se ele for sociável e acostumado com outros animais, a adaptação será mais tranquila”, opina Malu Araujo, adestradora da Cão Cidadão, que ainda chama a atenção quanto à escolha da raça: “Se você tem um Shih-Tzu, por exemplo, não é indicado que adote um Jack Russel, que é de pequeno porte, mas muito agitado. As raças têm de ser compatíveis.” Além disso, a  especialista alerta que, para uma adaptação saudável, saber como apresentar os dois é a melhor forma de evitar estresses e outros problemas, entre eles o famoso xixi no lugar errado como forma de protesto e outras má-criações“Quando os problemas sérios aparecem, só um especialista poderá ajudar. Então, antes de tudo, informe-se para realizar uma adaptação correta”, completa.
Pensando nisso, elaboramos dicas que vão te ajudar a recebero novo filhote da forma mais indicada pelos profissionais em comportamento animal. Confira!

PREPARE O TERRENO

Antes da chegada do novo filhote, o primeiro passo é preparar o ambiente e o cão mais velho. O especialista em adestramento comportamental Ricardo Nagamine explica: “O ambiente precisa ser calmo para passar tranquilidade aos cães. Uma casinha, uma caminha, água à vontade, ração de boa qualidade e, claro, muito carinho são essenciais para uma boa adaptação.” Prepare o “primogênito” gradativamente: “Brinquedos e paninhos que tenham o cheiro do filhote ajudam o pet a identificar o odor do novo morador. Fazer a apresentação fora de casa, passeando com os dois algumas vezes antes de levar o mais novo para casa, também é uma ótima pedida para avaliar o comportamento do mais velho”, aconselha a veterinária Tassia Rodrigues Haverkamp, da Clínica Médica Geral de Animais de Companhia, em São Paulo-SP. A adestradora da Cão Cidadão concorda e ainda acrescenta: “Se for possível levar o primeiro cachorro no local onde o filhote está antes de introduzi-lo na nova casa, o resultado será melhor ainda!” Tassia também aconselha a telar as janelas e manter qualquer objeto pontiagudo fora do alcance do menor. “O filhote deve ficar em um local isolado e seguro nos primeiros dias, separado do outro peludo, quando não houver supervisão do dono”, orienta Malu. Garanta que ambos tenham espaço suficiente para que se entro sem e que também tenham aquele momento “cada um no seu canto”“Para ter esse clima tranquilo, compre tudo em dobro para que o cãozinho recém-chegado tenha suas próprias coisinhas”, enfatiza Tassia. Por fim, verifique se as vacinas do filhote estão em dia, se medicações como antiparasitário e vermífugo foram devidamente manipuladas para evitar possíveis transmissões de doenças.

O DIA DO ENCONTRO

À primeira vista, é super normal quando o então reizinho da casa fica desconfiado com a presença do filhote, afinal, alguém novo chegou em seu território de perigo. O conselho é sempre ficar de olhos bem abertos quando os dois se encontrarem, mesmo que o terrenojá tenha sido preparado com antecedência: “Se o mais velho rosnar, manter a cauda baixa e ranger os dentes, redobre a atenção, pois isso é uma demonstração de agressividade e pode resultar em um ataque ao menor. Caso uma dessas reações aconteça, separe os imediatamente para evitar acidentes”, alerta Tassia. Uma dica muito importante, diz Malu, é fazer uma associação positiva com a presença do filhote. “Se o mais velho gosta de brincar de bolinha, brinque com ele no ambiente em que estiver o filhote”, exemplifica a especialista em comportamento. Passado esse primeiro contato sem maiores transtornos, permita que os dois se cheirem para que se conheçam melhor e que o mais velho entenda que aquele filhote não é uma ameaça.

FIQUE DE OLHO PARA QUE NÃO HAJAM BRIGAS

Jamais deixe os animais sem a supervisão de uma pessoa, pois, dependendo da diferença de tamanho entre os cães, a briga pode se tornar mais intensa. “Animais de porte grande não têm noção da força e, mesmo que na brincadeira, podem machucar o outro. Nesses casos, a ajuda de um adestrador pode ser recomendada na hora de colocar os dois bichos frente a frente”, ressalta Tassia. Nessa situação, uma dica, diz Malu, principalmente se o pet mais velho foragressivo (não socializado), é fazer a apresentação com o uso da guia para evitar ataques. “Não prenda o filhote, apenas o outro”, completa. Brigas podem acontecer, e sempre partem do cão mais velho, pois filhotes tentam apenas brincar. Tassia dá um conselho para evitá-las: “Nunca deixe objetos pessoais do outro cão com o novato, principalmente próximo à sua comida, afinal, o novo animal estará extremamente curioso, enquanto o mais velho pode nãogostar da atitude e reagir de forma agressiva”, completa a veterinária. Malu também destaca os cuidados necessários na hora da refeição, momento em que costuma haver brigas: “No começo, deixe-os comer em ambientes separados para que um não roube a comida do outro, principalmente o filhote, que come mais rápido e pode querer roubar o prato do mais velho.” Aliás, a adestradora lembra que essa separação é essencial, pois pode ser um termômetro da aceitação do mais velho: “Se ele estiver se alimentando, significa que está tranquilo coma chegada do novato”, observa.

COMPATIBILIDADE ENTRE OS CÃES

adaptação depende do temperamento de cada cão. Malu explica que peludos mais agressivos podem demorar até três meses para aceitar o filhote. A diferença de idade também pode interferir. “Cães adultos são mais dominantes, teimosos e não têm aquele pique do filhote para brincar o tempo todo. É comum o mais velho não dar muita bola para o novato”, afirma Ricardo, ao complementar dizendo que o cão menor pode até ficar assustado com as brincadeiras brutas do animal maior, dificultando, assim, o relacionamento entre ambos.

E QUANDO OS GATOS ENTRAM NA HISTÓRIA?

Em se tratando dos nossos felinos, seja na convivência com outros gatos ou com cães, todas as dicas relacionadas até o momento são válidas - desde a preparação do território até a observação do comportamento dos dois. No entanto, Tassia alerta: “Gatos são animais que gostam de ficar sozinhos por natureza, e ter um cachorro filhote na casa deles pode não deixá-los lá muito felizes.” Quando a chegada do novo membro se torna inevitável na vidado bichano, a atenção deve ser redobrada, pois os gatos podem arranhar os olhos do bicho, já que não gostam de ser perturbados, ou até morder, como forma de repressão. Tassia lembra que a convivência deve ser supervisionada para que ninguém saia ferido na história. Contudo, os felinos, assim como os cães, tendem a ignorar e evitar contato com o recém-chegado, mas desde que ele também não faça questão de chamar sua atenção. “Pode ser que aconteça, mas provavelmente eles não serão grandes amigos”, diz

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